Breve História

História do Instituto e Professores Eméritos

Breve História da Psicologia na UnB

Em 1963, o Departamento de Psicologia da UnB foi criado como parte do Instituto Central de Ciências Humanas. As atividades desse Departamento iniciaram-se em maio de 1964 com a disciplina Análise do Comportamento, ministrada para todos os cursos da UnB, quando o método Keller foi aplicado pela primeira vez.

Segundo João Cláudio Todorov, “Fred S. Keller veio ao Brasil em 1961 como um Fulbright Scholar para ensinar durante um ano como professor visitante na Universidade de São Paulo… O sucesso de seu trabalho levou ao convite de um segundo Fulbright Scholar, John Gilmour (Gil) Sherman, na época um jovem PhD da Universidade de Columbia. Gil Sherman, Keller, Carolina Martuscelli Bori e Rodolpho Azzi, convidados pela Universidade de Brasília, planejaram e começaram a implantar o curso de psicologia da UnB, incluindo o desenvolvimento e a aplicação do Sistema Personalizado de Ensino-PSI (Keller, 1968, 1982, 1987). Em março de 1963, os planos para um departamento de psicologia em Brasília foram discutidos com Keller em Nova Iorque. Ele parecia entusiasmado com a idéia: “Decidi me juntar a eles quando terminasse minhas obrigações com Columbia. Continuei a ensinar da maneira tradicional por mais um semestre. Entretanto, foi muito difícil pensar em qualquer coisa exceto Brasília e nossas operações futuras a serem desenvolvidas lá.” (Keller, 1971)”. (Publicação ABPMC Contexto, disponível em http://www.abpmc.org.br/site/wp-content/uploads/2011/06/todorov.pdf).

Na época o Departamento contava com a hoje histórica equipe de professores, instrutores e monitores: Fred S. Keller, John Gilmour Sherman, Rodolpho Azzi, João Cláudio Todorov, Mariza Gurgel Azzi, Isaias Pessotti, Luiz de Oliveira, Luiz Otávio Seixas de Queirós, Mário Arturo A. Guidi e Rachel Rodrigues Kerbauy, liderados pela Professora Carolina Bori.

Em 1964 o Departamento de Psicologia foi transferido para o Instituto Central de Biologia.

Em outubro de 1965, conforme registrou Todorov, “a Universidade de Brasília passou por uma das maiores crises que a afetaram durante a ditadura militar. Nove professores de diversos departamentos, incluindo Rodolpho Azzi, foram demitidos por motivos políticos. Em protesto, mais de 200 professores, representando mais de 90% do corpo docente da UnB, pediram demissão. Dos professores de psicologia então em exercício, só Robert Berryman permaneceu. Fred Keller e Gil Sherman estavam em Tempe, na Arizona State University, desde agosto de 1964. James e Jean Nazzaro voltaram aos Estados Unidos em julho de 1965. Alunos do curso de mestrado foram contratados para substituir os demissionários (Todorov, 1997)”.

Em 1966, foi criado o Instituto Central de Psicologia (ICP), oficialmente incluído no Estatuto da UnB e aprovado pelo Conselho Federal de Educação, em novembro de 1968. Também em 1966 foi criado o Centro de Pesquisas Psicológicas (CPP). Era responsabilidade do ICP ministrar todas as disciplinas de Psicologia para alunos da UnB e formar profissionais nas habilitações de Bacharel, Licenciado e Psicólogo. Ao CPP competia desenvolver e conduzir projetos de pesquisas.

De 1964 a 1969, os cursos de graduação e mestrado funcionaram efetivamente. A crise política do País, entretanto, levou a uma grande perda do quadro docente da UnB, e o mestrado foi desativado em 1969. Após este ano, a Psicologia na UnB dedicou-se às atividades de ensino de graduação e à expansão da equipe de professores, considerando as várias abordagens da Psicologia.

Na reestruturação organizacional da UnB, em 1970, um conjunto de iniciativas de cunho político determinou que a Psicologia voltasse a ser Departamento, novamente como parte do Instituto de Ciências Biológicas, mantendo as mesmas atividades e atribuições que desempenhava enquanto Instituto, no que diz respeito ao ensino, à pesquisa e à extensão.

O curso de graduação em Psicologia da UnB foi reconhecido pelo Decreto n. 74.194, de 20 de junho de 1974.

A Unidade Especial de Ensino e Pesquisa (UEEP) foi criada em 1972, com a finalidade de prestar serviços psicológicos nas áreas de clínica, educação e trabalho, em conformidade com o Artigo 16 da Lei N° 4.119 e o Artigo 7º do Decreto No 53.464 (Regulamentações da Profissão de Psicologia).

O Curso de Mestrado foi retomado em 1975, formando mestres em duas áreas de concentração: a) Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento e b) Psicologia Social e da Personalidade.

Gradativamente o Departamento de Psicologia ampliou o corpo docente e o Programa de Pós-graduação (Mestrado) criou em 1985 um periódico para divulgação científica da produção do conhecimento em Psicologia no país.

Esses empreendimentos culminaram, em 1987, com a reorganização da unidade de Psicologia da UnB. O Departamento retomou, então, sua autonomia passando a ser Instituto de Psicologia (IP), formado por quatro Departamentos: Departamento de Processos Psicológicos Básicos (PPB), Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (PED), Departamento de Psicologia Clínica (PCL) e Departamento de Psicologia Social e do Trabalho (PST).

Neste momento a UEEP foi reestruturada e passando a se chamar Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (CAEP), vinculado ao IP.

Em 1988, a Pós-graduação foi ampliada implantando-se o Curso de Doutorado. A partir de 1991, o curso de Mestrado passou a compreender quatro áreas de concentração: a) Processos Comportamentais; b) Psicologia do Desenvolvimento Humano no Contexto Sociocultural; c) Psicologia Clínica e d) Psicologia Social e do Trabalho. No período entre 2005 e 2007, a partir de recomendação da CAPES, o Programa de Pós-graduação em Psicologia passou por nova reformulação e os quatro Departamentos do IP criaram seus respectivos programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado acadêmico e doutorado). No PPB: Ciências do Comportamento; no PED: Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde; no PCL: Psicologia Clínica e Cultura e no PST: Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações.

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